29 Dez

Aprenda algumas expressões populares brasileiras: como usá-las e a história de como surgiram.
«A vaca foi pro brejo»: Quando uma situação que inicialmente era boa fica ruim.
Esta expressão refere-se ao período de secas nas grandes fazendas de gados. Em busca de água, as vacas vão em direção aos lagos e brejos, mas podem acabar atoladas e morrer.
Exemplo:
Tudo ia bem até nosso carro enguiçar no meio da estrada. Aí a vaca foi pro brejo.
«As paredes têm ouvidos»: Podemos ser escutados sem sabermos.
Esta expressão existe em alemão, francês e chinês. Ela tem origem nos castelos medievais que possuíam dutos e aberturas secretas nas paredes para facilitar a audição de encontros políticos em salas fechadas.
Exemplos:
– Quero te contar um segredo
– Fale baixo, as paredes têm ouvidos.
«Não adianta chorar pelo leite derramado»: Não vale a pena lamentar por algo que já passou.
A história diz que antigamente uma camponesa levava um balde de leite sobre a cabeça enquanto pensava sobre o que faria com o dinheiro que ganharia com a venda do leite. Ao tropeçar e perder todo seu produto, chegou a conclusão de que não valeria a pena ficar se lamentando pela situação que já aconteceu e que não poderá mais ser mudada.
Exemplo:
Gustavo não quis estudar direito o ano todo e está prestes a repetir o ano na escola. Agora não adianta chorar pelo leite derramado.
«Pode tirar o cavalinho da chuva»: Fazer alguém desistir de algo.
Antigamente as pessoas usavam o cavalo como principal meio de transporte. Quando iam fazer alguma visita sem a intenção de demorar, deixaram seu cavalo desprotegido na porta da casa da pessoa, mas se fossem convidados a ficar por mais tempo, colocavam o animal em algum lugar que o protegesse caso chovesse.
Exemplo:
– Posso dormir na sua casa hoje?
– Pode tirar o seu cavalinho da chuva.
«Pensando na morte da bezerra»: Estar aparentemente distraído ou pensativo.
Essa expressão tem origem em uma história hebraica sobre o rei Absalão. O rei sacrificava bezerros em ofertas para Deus. Um de seus filhos era muito afeiçoado a um dos bezerros, mas Absalão o sacrificou mesmo assim. A história diz que desde o sacrifício da bezerra, o filho do rei passou o resto da vida pensando na morte do animal, triste e recluso.
Exemplo:
O está fazendo aí parado? Está pensando na morte da bezerra?
«Sair à francesa»: ir embora sem ninguém perceber e sem se despedir de ninguém.
A frase surgiu na Inglaterra por uma rixa entre ingleses e franceses, que dizem que os outros são mal-educados.
Exemplo:
Tinha muita gente na festa, então saí à francesa.
«Uma andorinha só não faz verão»: Trabalhar em conjunto é mais vantajoso do que sozinho.
Séculos atrás, o filósofo grego Aristóteles escreveu “uma andorinha só não faz primavera”. O sentido do que ele quis dizer mudou um pouco, o que Aristóteles quis dizer era que andorinhas migram em bando à procura de clima favorável para a sobrevivência, dando a entender que o ser não pode ser julgado por um ato isolado. No Brasil se diz que “uma andorinha só não faz verão” com o significado que uma pessoa sozinha não pode fazer muita coisa e que trabalho em conjunto rende mais.
Exemplo: Você acha que vai conseguir construir uma casa sozinho? Uma andorinha só não faz verão.
Leave a Comment