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Primeiras impressões sobre o Brasil e diferentes culturas
- 12 de abril de 2017
- Posted by: Guest
- Category: Student/Volunteer Point of View
Oi, Bom Dia! Para quem ainda não me conheceu, meu nome é Demi Lammers. Sou a sortuda que teve a oportunidade de fazer um estágio na Caminhos e fazer parte dessa incrível equipe! Primeiro, me apresento um pouco: tenho 20 anos e sou da Holanda. Morava numa cidade muito pequena chamada Budel, fica ao sul, perto de Eindhoven, que alguns de vocês devem conhecer por causa do melhor time de futebol do mundo, o PSV.
O contraste entre minha cidade e o Rio de Janeiro não poderia ser maior. Estou no segundo ano da faculdade de Estudos de Negócios da América Latina na Avans University of Applied Sciences, em Breda. Durante a semana que eu moro em Breda com meus amigos, já que é mais fácil para mim chegar à faculdade na hora certa e também porque é mais divertido. Nos fins de semana eu sempre volto para Budel para trabalhar em uma padaria me divertir com meus amigos no sábado e para jogar futebol no domingo. Eu tenho 2 irmãs e 1 irmão e eu estou acostumada a estar sempre com pessoas, então realmente gosto de socializar em geral – tenho interesse em conhecer pessoas de outras culturas e aprender com nossas diferenças. Além disso, adoro animais, compras, festas e viagens.
Quando tivemos que escolher um destino para fazer estágio, achei muito difícil, porque há muitos lugares bonitos na América Latina! E já que nunca viajei para fora da Europa, tinha muita curiosidade sobre outros países/lugares. Eu estava realmente em dúvida entre Cancun (México), Medellín (Colômbia) e Rio de Janeiro, então comecei a me perguntar o que eu estava realmente procurando. A resposta foi praias agradáveis, sol, cultura e, claro, pessoas legais. Então ficou claro para mim: Rio de Janeiro era o lugar certo!
Eu cheguei aqui no dia 10 de fevereiro e seria uma mentira dizer que eu não me apaixonei pelo Rio. Na verdade estou começando a me sentir como uma carioca cada vez mais e descobri que é verdade o que eles dizem sobre “o tempo voa quando você está se divertindo”. Eu conheci a Caminhos pesquisando no Google e estou muito feliz por ter a escolhido como minha empresa de estágio. A atmosfera é muito descontraída e todos são muito simpáticos e acolhedores. Eu adoro os meus colegas aqui e os alunos também são muito legais. É legal que haja tantas atividades na escola – quando cheguei aqui, juntei-me ao almoço de boas-vindas para os novos alunos na segunda-feira e de noite fui para o voleibol. Quando você vai para as atividades, conhece muitas pessoas facilmente e quando volta para a escola, quer conversar com todos.
Muitas pessoas da minha pequena cidade ficaram surpresas ao saber que eu iria para o Brasil sozinha. Em 2014 eu fiz um estágio em Malta por 4-5 meses também, então sabia como era fazer estágio no exterior, mas é claro que Malta e Brasil são dois lugares muito diferentes! Antes de vir para o Brasil, eu realmente não sabia o que esperar. Quando você pesquisa na internet, pode encontrar muitas críticas boas, mas também vários comentários ruins – embora eu já soubesse que adoraria, porque sempre acho que a vida é o que você faz dela sozinho.
Estou no Brasil há mais de 5 semanas agora e tenho a dizer que não me arrependi da minha decisão em momento algum! Mesmo realmente amando a cidade e as pessoas aqui, há algumas coisas que me surpreenderam. Uma dessas coisas é a quantidade de pessoas sem-teto Como eu cresci na Holanda, não estou acostumada a ver pessoas sem-teto. No Brasil há uma grande diferença entre pobres e ricos e não há como não ver isso enquanto você está aqui. Antes de vir para cá, li muito sobre essa diferença, mas não esperava que fosse tão grande. Por exemplo, é muito normal ver pessoas sem abrigo com bebês vivendo nas ruas. Mesmo que eles sejam muito pobres, eles não tentam te roubar, eu não tive nenhuma experiência ruim com nenhum deles. A situação é muito difícil, porque quando você os vê, sente vontade de ajudá-los, mas porque há tantos deles, você não sabe o que pode fazer e alguns reais não vão mudar suas vidas. Muitas vezes também penso o que eles vão comprar com esse dinheiro, talvez eles comprem comida, talvez eles comprem drogas, você não sabe… Felizmente, há muitos voluntários que tentam ajudá-los e mudar a vida deles.
Isso foi um choque de cultura para mim. Outra coisa negativa poderia ser o custo de vida. Antes de vir para o Rio de Janeiro, eu sabia que ia ser caro, então estava preparada para isso. Mas muita coisa que eu não esperava que fosse ser caro, realmente é. Por exemplo: queijo ralado pode ser por volta de 16 reais (mais ou menos 5 euros); o menor pote de Nutella custa em torno de 20 reais (mais ou menos 7 euros). Gostaria, portanto, de recomendar a todos que realmente poupem dinheiro antes de vir para o Rio de Janeiro – é uma cidade grande e, porque há tantos turistas, os preços são elevados.
Também há muitas coisas agradáveis para se fazer, você não pode se negar de toda diversão e vai querer fazer algumas coisas, então precisará de dinheiro.
Por outro lado, muitas coisas engraçadas e positivas. O que acho engraçado aqui é, por exemplo, beber caipirinhas, uma das bebidas nacionais do Brasil, que todo mundo bebe. A Caipirinha é feita com cachaça ou vodka, limão, açúcar e gelo. Elas são frequentemente servidas em copos grandes e depois de duas você já começa a se sentir bêbado. Acho engraçado como pode ser tão normal, é como beber um copo cheio de álcool puro. Quando eu morava na Holanda, também gostava de beber e, principalmente, misturar bebidas, mas meus amigos costumavam me dizer: “você está colocando muito álcool!”. Então, para os meus amigos na Holanda que estão lendo isso: venham ao Brasil e vejam como eles bebem aqui!
Outra bebida que realmente amo é o coco fresco vendido nos bares da praia. Na Holanda eu nunca gostei de cocos, mas aqui estou bebendo todos os dias. De alguma forma, eles têm um gosto muito diferente.
Para os holandeses é muito comum comer um sanduíche pela manhã e outro pela tarde. À noite, para o jantar, normalmente comemos batatas cozidas, legumes e carne. Isso é tão diferente da comida no Brasil! Os brasileiros realmente amam arroz e feijão. Quando estou trabalhando na Caminhos e comendo meu amado sanduíche, meus colegas brasileiros sempre me dizem que isso não é comida de verdade e que eu tenho que começar a cozinhar. Os brasileiros gostam tanto de arroz e feijão que é muito comum comer no almoço e jantar todos os dias da semana. Durante o almoço de boas-vindas às segundas-feiras e durante o almoço dos professores na quarta-feira, sempre recebemos comida da Tia Maria. Ela também se consiste em arroz, feijão, legumes e carne – principalmente frango – e devo dizer que eu realmente gosto muito. Talvez eu acabe seguindo esse hábito e me torne uma viciada em arroz e feijão como os brasileiros.
O que eu também acho engraçado é o quanto os brasileiros adoram pipoca. Ao caminhar pelas ruas você encontra pequenos estandes com pessoas vendendo pipoca em cada esquina. Este hábito de pipoca é algo que eu me acostumei muito rapidamente – comer pipoca é realmente muito viciante.
Antes de continuar falando sobre comida e bebida o tempo todo, gostaria de compartilhar algumas outras diferenças entre o Brasil e a Holanda. As pessoas no Brasil são muito abertas e você pode ver isso em tudo o que fazem. Por exemplo, ao caminhar pelas ruas, muitas pessoas começam a falar com você e na maioria das vezes perguntam de onde você é. Eles realmente gostam de ser sociáveis e gostam de falar. Acho que os holandeses em geral também gostam de falar, mas são mais reservados/tímidos. Quando conhecemos alguém ou quando bebemos, nos soltamos mais. Mas eles não são mais abertos somente com a conversa, mas também com a dança. Aqui as pessoas realmente gostam de dançar e são muito boas em fazer isso. Na Holanda este não é o caso e, infelizmente, também não sou abençoada com as habilidades de dança.
Na quarta-feira passada, fiz a minha primeira aula de samba e agora estou planejando ir toda semana para ganhar alguma habilidade para mostrar quando sair e talvez conhecer algum menino brasileiro legal. E talvez também para quando voltar à Holanda poder surpreender meus amigos.
Os homens brasileiros são muito diferentes dos homens holandeses Quando você anda pelas ruas aqui no Rio, é comum ouvir mais de 5 caras dizendo como você é bonita. Eles falam isso para muitas pessoas, mas mesmo assim é sempre bom para começar o seu dia! Eles também não hesitam em agir – na noite, eles tentam te beijar se gostarem de você, mesmo que ainda não saibam seu nome. Eu descreveria os brasileiros como “machões”, eles se preocupam com a aparência e querem agir como um verdadeiro dominante quando estão acompanhados de uma menina. Não tenho certeza se prefiro os holandeses ou os brasileiros ainda, mas ambos definitivamente têm suas qualidades.
Eu tive a sorte de estar aqui durante o carnaval, que é uma coisa muito grande no Brasil. Cheguei duas semanas antes do carnaval e todo mundo já estava no clima, todos já estavam muito felizes. Durante o carnaval, a escola foi fechada por uma semana, para que todos pudessem realmente desfrutar do carnaval ao máximo. Há vários blocos – é como uma festa de rua e é muito mais normal do que ir para uma boate. Todo mundo se fantasia. Não importa como você está vestido, mas precisa pelo menos ter alguns brilhos em seu corpo.
Para as pessoas que ainda não estiveram no Rio e estão planejando vir, tenho algumas recomendações. Uma coisa que você definitivamente deve fazer é: vá a Búzios! A praia é incrível! Eu fui lá no último domingo com alguns amigos e todos nós amamos. Outra coisa que você deve realmente fazer quando estiver no Brasil é um churrasco brasileiro. É um estilo de vida aqui e é realmente agradável. Por último, mas não menos importante, aprenda a dançar samba.
Estou ansiosa para conhecer todos vocês e tenho certeza que vocês vão se apaixonar pelo Brasil! Se você precisarem de ajuda com qualquer coisa, podem sempre entrar em contato comigo.
Por Demi Lammers
Se você quer vir ao Brasil para estudar português, Caminhos Language Centre é lugar ideal. Você não somente vai aprender a língua, mas também viver a cultura brasileira em um ambiente divertido e informal.